Todos os anos, a Amazon Web Services (AWB) realiza o re:Invent, a maior conferência de computação em nuvem do mundo, realizada em Las Vegas. Painéis sobre “otimização de custos” e “faturamento AWS” estavam entre os mais populares. A exposição que acompanhou o evento apresentou estandes onde startups estavam se oferecendo para ajudar os clientes a gerenciar o uso da nuvem.

Recente matéria divulgada pela The Economist sobre nuvens revela que o principal motivo de as empresas migrarem para a nuvem nunca foi  custo, mas escalabilidade. Isto é, ter acesso a recursos de computação adicionais com apenas alguns cliques. Mas as contas da nuvem ficaram mais complexas e mais altas. A fatura da AWS até mesmo de um pequeno cliente como o Duckbill Group, outra empresa de consultoria de custos, pode ter mais de 30 páginas, listando em detalhes o custo de cada serviço usado, desde largura de banda na Índia até um servidor virtual em Oregon.

Isso é natural, diz Corey Quinn, cofundador do Duckbill Group. Grandes provedores de nuvem, como AWS, Azure e GCP são amálgamas de dezenas de serviços. A AWS vende mais de 200, variando de armazenamento simples e processamento de números a todos os tipos de bancos de dados especializados e ofertas de inteligência artificial. Cada um é cobrado de acordo com várias dimensões, incluindo o número de servidores, tempo usado ou bytes transferidos. Em seguida, vêm os descontos e ofertas especiais.

Até agora, poucas empresas optaram por construir suas próprias nuvens privadas para manter os custos baixos. Afinal, a iniciativa é cara e torna mais difícil para as empresas aproveitarem os benefícios de recursos de computação essencialmente ilimitados na nuvem pública. Por enquanto, medir esse impacto é um árduo processo manual. À medida que o uso da nuvem cresce, ela precisa ser automatizada, diz Lydia Leong, da consultoria Gartner. Alguns provavelmente serão terceirizados para iniciantes do tipo que lotam a festa de Las Vegas. Vários vendem uma combinação de ferramentas de consultoria e software para avaliar o uso da nuvem e oferecer conselhos sobre como reduzir custos.

Pouco antes do evento em Las Vegas, a AWS anunciou que começaria a cobrar menos pelas transferências de dados para a internet, reduzindo as contas de milhões de clientes. Também os ajuda a identificar economias, por exemplo, oferecendo uma “Calculadora Mensal Simples” (embora pareça bastante complexa e tenha uma interface da web do final dos anos 1990). Na Microsoft, os custos da nuvem costumam ser incluídos em “contratos corporativos”, assinaturas abrangentes de todos os tipos, que as grandes empresas normalmente assinam. O GCP, sendo o menor dos três primeiros, “acredita fortemente na nuvem múltipla”, diz Amit Zavery, um executivo sênior.

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